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16/10/2016Há Coisas que o Dinheiro Não Pode Comprar
Muitos sonham em ser jogador de futebol, a maioria nem pensa no dinheiro no primeiro momento, mas a partir do momento que vamos crescendo e envelhecendo, são poucos os que seguem a carreira futebolística. Muitas pessoas que apenas veem o que está nas mídias e baseiam opiniões e críticas pelo senso comum, chegam a dizer que é um absurdo a profissão de jogador de futebol, pois ganham muito para chutar uma bola (ou defender, como no caso de nós, goleiros), a verdade é que estas pessoas que afirmam isto não sabem que existe futebol amador, campeonatos municipais, estaduais e outras categorias e divisões que vão muito além da primeira divisão nacional e dos campeonatos europeus que as mídias amam vender.
De acordo com a CBF, com dados de fevereiro de 2016, mais de 80% dos jogadores do futebol brasileiro ganham menos de R$1.000 e mais de 95% não ganham mais de R$5.000. É muito fácil pegar uma pequeníssima parte daquilo que apenas se vê nas principais mídias, é muito fácil falar que é um absurdo o que jogador de futebol ganha pegando como exemplo Neymar no Barcelona ou o Fred do Atlético Mineiro, difícil é olhar para a realidade e pegar como exemplo de jogadores do América de Pernambucano, Comercial de Ribeirão Preto ou a Juventus da Mooca, ou até mesmo dos campeonatos amadores, aonde muitos jogadores se doam muito mais que profissionais por uns pães com linguiça e um litro de Skol.
No Goleiro de Aluguel, ganha-se por hora muito mais que muitos jogadores do Brasil inteiro, mas não dá para tomar a vida de goleiro de aluguel como profissão, afinal o fazemos como renda extra, não pensando unicamente no dinheiro, além de que, parte de tudo que é arrecadado, é doado para diversas instituições de caridade. Apesar disto, muitos de nós mesmos e de todos estes 95% de jogadores brasileiros que ganham menos de R$5.000 por mês, administram e fazem muito com o pouco que ganham jogando o nosso amado futebol. Não é o caso de hoje aqui no “Muralhas Lendárias” que vai abordar a carreira de Vítor Baía, que mesmo sendo multicampeão, com uma boa fortuna acumulada na carreira em dois dos principais clubes do mundo (Barcelona e Porto), não soube administrar o dinheiro e acabou indo à falência depois de aposentado, e como diz o título do artigo, há coisas que o dinheiro não pode comprar, tais como dignidade, honra, história, felicidade e títulos, tudo isto é por merecimento, algo muito além do dinheiro, são coisas que se conquistam, como Vítor Baía conquistou. Sem mais delongas, vamos falar da carreira do multicampeão Vítor Baía.
Vítor Manuel Martins Baía, ou simplesmente Vítor Baía nasceu em 15 de outubro de 1969, na cidade portuguesa de Vila Nova de Gaia e começou a jogar futebol no Acadêmico de Leça, ainda muito jovem. Aos treze anos, Vítor foi contratado pelo FC Porto e lá iria fazer a carreira, muito mais que isto, iria fazer história. Conta-se uma história que o olheiro do Porto fora ao Acadêmico de Leça ver o atacante do time, um matador que atendia pelo nome de Domingos Paciência e o goleiro… Mas não Vítor Baía! Pois ele era reserva na altura, mas o treinador pôs ele em jogo com medo que o olheiro levasse o goleiro titular, acabou que Vítor Baía rumou ao Porto junto com o tal Domingos Paciência.
Com dezesseis anos, Vítor sofreu uma grave lesão no braço e foi aconselhado a abandonar o futebol e seguir outro rumo, visto que tal lesão poderia acarretar em problemas respiratórios, mas ele acabou não iria jogar fora a oportunidade de atuar em um dos maiores clubes de Portugal, e prosseguiu, por amor ao esporte, aquela que seria uma vitoriosa carreira. Aos dezoito anos, Vítor se tornara profissional e fora chamado pelo treinador Artur Jorge para compor a equipe principal do Porto. Com a missão de substituir o também lendário goleiro polonês Józef Młynarczyk, Vítor decide se abdicar de disputar a Copa do Mundo sub-20 de 1989 por Portugal para seguir treinando no Porto e se integrar ao elenco portista (esta Copa do Mundo sub-20 fora disputada na Arábia Saudita e a seleção portuguesa se saiu campeã).
A estreia de Vítor Baia no profissional aconteceu em 11 de setembro de 1988, em uma partida do Porto fora de casa contra o Vitória de Guimarães, em que ele estava a substituir Młynarczyk que havia sofrido uma fratura no ombro durante um treinamento. A partida de estreia de Vítor no profissional terminara empatada em 1×1, sendo que o Porto saiu ganhando, mas após a defesa parar e Vítor não sair do gol, Germano anotou o primeiro gol que Vítor sofrera na carreira profisisonal. Ao final daquela temporada, o Porto terminara em segundo lugar na Primeira Divisão, sete pontos atrás do Benfica, o campeão; ao final desta mesma temporada, o titular Młynarczyk viria a se aposentar e passar a titularidade do Porto a Vítor Baía.
Com estes resultados, o Porto iria disputar a UEFA Cup (atual UEFA Europa League) na temporada 1989/1990. A partida contra o Flacăra Moreni, da Romênia, na primeira fase, marcaria a estreia de Vítor Baía em competições internacionais. Na primeira partida, em casa e a estreia dele, vitória portista por 2×0 e uma vitória por 2×1 na volta classificaria os dragões para próxima fase. Na segunda fase, após vencer por 3×1 em casa a ida e perder por 3×2 a volta, o Porto eliminaria o Valência e passaria para a terceira fase, quando foram eliminados pelo Hamburgo, da Alemanha, após perder a ida fora de casa por 1×0 e vencer por 2×1 a volta, sendo eliminados na ridícula regra dos gols fora de casa.
Entretanto, o Porto viria a ser campeão da Primeira Divisão de 1989/1990, somando 59 pontos (quatro a mais que o Benfica, vice), com 27 vitórias, cinco empates e apenas duas derrotas nas 34 partidas disputadas. Vítor Baía contribuiria para que o Porto tivesse a defesa menos vazada da competição, sofrendo apenas 16 gols. Na Taça de Portugal, o Porto fora eliminado logo na primeira fase após perder por 2×0 para o Tirsense. Ao final desta mesma temporada, Vítor Baía conquistara mais um título com o Porto, a Supertaça Cândido de Oliveira sobre o Estrela Amadora, após perder a ida fora de casa por 2×1 e vencer em casa por 3×0 (a Supertaça Cândido de Oliveira é um torneio disputado entre o vencedor da Primeira Divisão e da Taça de Portugal em jogos de ida e volta, e que passou a ser disputada em jogo único a partir de 2001).
Na European Cup (atual UEFA Champions League) de 1990/1991, o Porto iria passar pelo Portadown da Irlanda do Norte na primeira fase, após aplicar duas goleadas, vencendo a ida em casa por 5×0 e a volta fora por 8×1. Na oitavas-de-final, eliminariam o Dínamo Bucareste, da Romênia, após empatar a ida sem gols fora de casa e vencer por 4×0 em casa. Seriam eliminados pelo Bayern de Munique nas quartas-de-final, após empatarem a ida fora de casa em 1×1 e perder por 2×0 em casa. Na Liga Portuguesa, o Porto iria terminar dois pontos atrás do Benfica e não se sairia campeão.
Entretanto, esta temporada não iria passar vazia para Vítor Baía, pois ele seria campeão da Taça de Portugal após o Porto vencer o Beira-Mar na final, após empate em um gol e vitória por 3×1 na prorrogação e também da Supertaça Cândido de Oliveira sobre o Benfica: após perder a ida fora de casa por 2×1 e vencer em casa por 1×0, houve terceiro jogo, que terminara empatado em um gol e a decisão fora nos pênaltis. Neste jogo, Vítor Baía foi do inferno ao céu, pois no tempo normal falhou e tomou o gol; na decisão por pênaltis o Porto errou as duas primeiras enquanto o Benfica marcou, um gol pra cada lado na terceira série de pênaltis. Nas próximas séries, o Porto iria marcar, enquanto o Benfica iria perder as duas com Isaías isolando e Hélder parando em Vítor. Na sexta série de pênaltis (já na tal da morte súbita) o título viria, pois Vítor iria defender o pênalti de Mostovoi e Paulinho César convertera a última penalidade para dar o título aos dragões!
E nesta mesma temporada, em dezembro de 1990, Vítor Baía estreou-se na seleção portuguesa principal, em um amistoso contra os Estados Unidos, em que Portugal venceu por 1×0.
Na temporada 1991/1992, o Porto seria novamente campeão nacional e agora com muita folga, somando dez pontos a frente do Benfica, vencendo 24 partidas, empatando oito e perdendo duas. Nestas dezoito partidas, Vítor Baía foi vencido apenas onze vezes e fora eleito o melhor jogador da temporada portuguesa. Nesta temporada, Vítor Baía virou protagonista de um recorde na Liga Portuguesa que pendura até hoje, o de maior invencibilidade, quando ele conseguiu somar incríveis 1192 minutos sem sofrer gols, até ser batido por Paulo Bento cobrando pênalti, sendo esta a décima maior marca da história.
Com o título nacional, o Porto iria disputar a UEFA Champions League do ano seguinte: passariam pela fase preliminar eliminando o Union Luxembourg, de Luxemburgo, após vencer a ida fora de casa por 4×1 e a volta em casa por 5×0. Na segunda fase eliminaram o Sion, da Suíça, após empatarem a ida em 2×2 e vencer a volta por 3×0. Com isto, o Porto ficou entre as oito equipes restantes e fora para a fase de grupos, fase em que foram eliminados após o Milan terminar em primeiro na chave e se classificar a final contra o Olympique de Marselha de Barthez, que seria o campeão do torneio.
O Porto seria campeão nacional mais uma vez na temporada 1992/1993, de maneira suada, apenas dois pontos à frente do Benfica e também seria campeão da Supertaça sobre o mesmo Benfica, após perder a ida fora de casa por 1×0, vencer em casa pelo mesmo placar e empatar a terceira partida em um emocionante 2×2, o Porto de Baía seria campeão nos pênaltis, vencendo por 4×3 o Benfica do também lendário Michel Preud’homme, sendo que o Benfica errou duas penalidades, uma delas defendida por Vítor Baía.
Na temporada 1993/1994, o Benfica iria retribuir na mesma moeda o título sobre o Porto de uma temporada antes, pois o Porto fora vice-campeão por estar dois pontos atrás do Benfica, mas Vítor Baía, mais uma vez, ajudara o Porto a ter a defesa menos vazada da competição, sofrendo apenas quinze gols. Em compensação, o Porto foi campeão da Taça de Portugal, vencendo o Sporting na final, após empate em 0x0, teve um segundo jogo para decidir o campeão e o Porto vencera por 2×1, com o segundo gol saindo na prorrogação.
Ainda na temporada 1993/1994, o Porto fora longe na UEFA Champions League. Ao vencer por 2×0 a ida e empatar sem gols a volta contra o Floriana de Malta, o Porto passou a segunda fase, em que eliminariam o Feyenoord, da Holanda, após vencer a ida em casa pelo placar mínimo e empatar sem gols a volta. Se classificando para a fase de grupos: terminaram em segundo lugar em uma chave com Milan, Werder Bremen e Anderlecht, se classificando para a semifinal, fase em que foram eliminados após perderem por 3×0 (jogo único) para o Barcelona de Zubizarreta.
Com o título da Taça de Portugal uma temporada antes, o Porto iria disputar a Cup Winners’ Cup de 1994/1995 (enquanto a European Cup – atual UEFA Champions League – se limitava aos clubes campeões nacionais, a extinta Cup Winners’ Cup se limitava aos campeões das copas, como o campeão da Taça de Portugal, Coppa Italia, Copa Del Rey, entre outros) e por lá não iriam longe, sendo eliminados nas quartas-de-final para o Sampdoria, após vencer a ida fora de casa por 1×0 e perder em casa pelo mesmo placar, foram eliminados nos pênaltis, perdendo por 5×3: os italianos converteram todas as penalidades, enquanto o Porto desperdiçara fatalmente uma, parando no também lendário Walter Zenga.
Mas as “obrigações nacionais” ficariam em dia, após voltarem a conquistar o Campeonato Português, somando 62 pontos em 29 vitórias, quatro empates e apenas uma derrota (por 2×1 ao Marítimo), tendo melhor ataque e a melhor defesa, com Vítor Baía sendo vencido apenas quinze vezes. Entretanto, não conquistaram a Supertaça, pois após empatarem sem gols a ida e em dois gols na volta, o Sporting vencera por 3×0 o terceiro jogo para se sagrar campeão.
O Porto seria mais uma vez campeão nacional na temporada 1995/1996, após vencer 26 partidas, empatar seis e perder somente duas, aonde mais uma vez Vítor Baía foi o menos vazado, sofrendo vinte gols neste campeonato. O Porto, nesta caminhada, somou 84 pontos, a primeira vez no regulamento em que vitória passou a contar três pontos, e não dois como era anteriormente. O Porto seria campeão também da Supertaça Cândido de Oliveira sobre os rivais benfiquistas, após vencer por 1×0 a ida em casa e por incríveis 5×0 a volta, mas Vítor já não estaria mais no Porto.
No meio de 1996, Vítor Baía disputou o primeiro torneio internacional com a seleção portuguesa, a Euro de 1996. Portugal caiu no Grupo D, junto com Dinamarca, Croácia e Turquia: empataram com os dinamarqueses em 1×1 na estreia, venceram os turcos por 1×0 na segunda partida e por 3×0 os croatas na última partida da chave, terminando em primeiro lugar no grupo e se classificando às quartas-de-final, fase em que foram eliminados para a República Tcheca, após perderem por 1×0 para os tchecos.
Passada a Euro, o treinador do Porto, Bobby Robson, rumava à Espanha para treinar o Barcelona e levaria com ele Vítor Baía que, para Robson, era o melhor do mundo na altura. O Barcelona pagou ao Porto €6.500.000 para o ter no elenco e ofereceu cerca de €2.000.000 para Vítor por temporada, transformando-o no goleiro mais caro da história até então. O primeiro título viria logo, a Supercopa da España sobre o Atlético de Madri, após vencer a ida por 5×2 e perder a volta por 3×1 (neste segundo jogo, o titular foi Lopetegui).
Na primeira temporada pelo Barcelona, Vítor seria campeão da Copa Del Rey, após eliminarem o Real Madri nas oitavas-de-final, vencendo a ida em casa por 3×2 e empatando em 1×1 a volta; depois eliminaram o Atlético de Madri nas quartas-de-final, ao empatar a ida em 2×2 e vencer por 5×4 a volta. A classificação para a final viria fácil sobre o Las Palmas, após vencerem por 4×0 a ida fora de casa e por 3×0 a volta no Camp Nou. A final fora no Santiago Bernabéu, em que o Barcelona se sagrou campeão após vencer por 3×2, com o gol da vitória saindo dos pés de Figo aos nove minutos do segundo tempo da prorrogação. Mas o bi da Supercopa da España não viria, pois o Barcelona até ganhou a primeira partida por 2×1 do Real Madri, mas perdeu a volta por 4×1. Na Cup Winners’ Cup desta temporada, mais um título, após o Barcelona passar por todas as fases e derrotar o pequeno Paris Saint-Germain (que até hoje é pequeno, mas agora tem dinheiro) na final, vencendo por 1×0 com um gol de pênalti de Ronaldo.
Na temporada de 1997/1998, um marco: Louis Van Gaal assume o Barcelona e traz Ruud Hesp, goleiro da confiança dele; isto aliado a uma lesão de Vítor Baía no joelho esquerdo fazem ele perder o posto de titular do Barcelona, virando reserva do holandês Hesp. Quando volta, iria jogar uma partida contra o Dínamo de Kiev pela UEFA Champions League e ali foi o marco para a perda da titularidade, pois o Barcelona perdeu de 4×0 em uma péssima exibição de Vítor, que não estava totalmente recuperado. A partir dali, Vítor Baía pouco atuara, ainda mais que ele tinha uma relação muito ruim com o treinador Van Gaal (o que não é raro, são tantos jogadores que não têm boa relação com o Van Gaal que dá até pra escrever um livro. Neste Barcelona, não faltam exemplos como Vítor Baía, Rivaldo e Stoichkov).
Mesmo pelo banco de reserva, Vítor Baía arremataria mais dois títulos para a carreira na temporada 1997/1998, a La Liga e a Copa Del Rey. Não aguentando a pressão, Vítor Baía chegou até a falar em discriminação contra ele vinda do treinador holandês, que o deixou inclusive de relacionar ele para os jogos. Com isto, em janeiro de 1999, Vítor Baía iria retornar ao Porto, usando um novo número, 99, o número do ano de retorno, mas primeiramente foi por via de empréstimo, só se tornara definitivo quando ele quebrou contrato com o Barcelona em agosto de 2000 e assinando com o Porto, após supostos interesses de Sporting, Newcastle e clubes italianos. Graças a lesão e a Van Gaal, Vítor Baía cumpriu apenas dois anos e meio de contrato com o Barcelona, que, a princípio, seria de oito temporadas.
Logo nesta chegada, Vítor Baía iria se tornar mais uma vez campeão nacional português da temporada 1998/1999, quando o Porto somou 79 pontos, oito a mais que os conterrâneos de distrito e vice-campeões, o Boavista. Na temporada 1999/2000, mais um título da Taça de Portugal, conquistada em cima do Sporting, após empatar em 1×1 e vencer por 2×0 o jogo desempate (o mais curioso, é que todos os três gols do Porto nesta final foram marcados por brasileiros: Mário Jardel, Clayton e Deco).
Na temporada seguinte, o Porto terminou em segundo lugar, um ponto atrás do Boavista de Ricardo; era segunda vez que uma equipe que não fosse Benfica, Sporting e/ou Porto era campeã da Liga Portuguesa em 67 anos, sendo que a outra vez que isto havia acontecido tinha sido com o Belenenses 55 anos antes! Mas nesta temporada, o Porto se sagraria campeão da Taça de Portugal, após eliminar os rivais do Benfica vencendo por 4×0 nas oitavas-de-final, vencer o Bragança por 2×1 nas quartas-de-final, eliminar o Sporting nas semifinais ao vencer por 2×1 e vencer por 2×0 o Marítimo na final. Em 2000 ainda, também se sagraram campeões da Supertaça Cândido de Oliveira, ao vencer por 1×0 o Boavista, a primeira edição em que a Supertaça se deu em apenas um jogo.
A temporada 2001/2002 seria uma das poucas que não reservaria títulos a Vítor Baía, que no meio daquele ano iria jogar a primeira (e única) Copa do Mundo da carreira com a seleção portuguesa: a seleção de Portugal caiu no Grupo D, junto com Coréia do Sul, Estados Unidos e Polônia. Iriam surpreendentemente perder na estreia para os Estados Unidos por 3×2, vencer por 4×0 a Polônia de Dudek na segunda partida e perder por 1×0 para a Coréia do Sul no último jogo, em um grande assalto cometido pelo árbitro a favor dos sul-coreanos, os mesmos só foram longe nesta Copa do Mundo graças a diversas ajudas da arbitragem. Com estes resultados, Portugal fora eliminada logo na primeira fase.
Dos goleiros portugueses convocados (Vítor Baía, Ricardo e Nélson), pensava-se que Ricardo seria o titular, pois ele estava a ser o titular nas eliminatórias, inclusive nos cinco jogos anteriores ao mundial, mas o técnico António Oliveira optou por colocar Vítor Baía na titularidade. Depois daquela Copa do Mundo, Felipão iria assumir a seleção portuguesa e Vítor Baía nunca mais foi chamado, passando a titularidade da seleção de Portugal para as mãos de Ricardo.
Na temporada 2002/2003, mais quatro títulos na conta de Vítor Baía, o de campeão nacional, em que o Porto somou 86 pontos (onze a mais que o vice, Benfica), vencendo 27 partidas, empatando cinco e perdendo somente duas, sendo que Vítor Baía ajudou o Porto a mais uma vez ter a defesa menos vazada da competição. Também seriam campeões da Taça de Portugal: eliminaram o Vitória de Guimarães por 2×1 na primeira fase, nas quartas-de-final, eliminaram o Varzim vencendo-os por 7×0, venceram o Naval nas semifinais por 2×0 e foram campeões ao vencer por 1×0 o União de Leiria de Hélton. Na Supertaça, também contra o União de Leiria, mais um título que veio por outra vitória de 1×0 (como já dito, a Supertaça é disputada entre o campeão da Liga contra o campeão da Taça, neste caso, o melhor colocado na Taça depois do Porto disputou o torneio).
Ainda nesta mesma temporada, um título internacional na conta do Porto e de Vítor Baía, o da UEFA Europa League. Na primeira fase eliminaram o Polonia Warszawa, ao vencer a ida por 6×0 e perder a volta por 2×0. Na segunda fase, vitória sobre o Austria Wien, após vencer a ida na Áustria por 1×0 e em casa por 2×0. Na terceira fase, após vencer por 3×0 a ida em casa e perder pelo placar mínimo na França, o Porto eliminou o Lens e passou para as oitavas-de-final contra o Denizlispor, da Turquia, classificação fácil após vencer por 6×1 a ida em casa e empatar em 2×2 a volta. Nas quartas-de-final, vitória suada sobre o Panathinaikos, após perder a ida em casa por 1×0, o Porto retribuiu o placar na Grécia e virou para 2×0 a volta na prorrogação. As semifinais foram contra os italianos da Lazio em que, após vencerem a ida por 4×1, um empate em 0x0 na volta iria garantir o Porto na final contra o Celtic, da Escócia, e o título veio após vencerem a final por 3×2 (empate em 2×2 no tempo normal e o gol da vitória saiu dos pés de Derlei aos dez minutos do segundo tempo da prorrogação). Entretanto, o Porto não se sagrou campeão da Supercopa da UEFA, título que ficaria com o Milan após vitória do time italiano por 1×0.
A temporada 2003/2004 seria marcante para Vítor Baía. Na UEFA Champions League desta temporada, o Porto iria cair no Grupo D, junto com Real Madri, Olympique e Partizan e iria se classificar de fase em segundo lugar na chave, após vencer três, empatar duas e perder uma (em casa, por 3×1 para o Real Madri, a única derrota do Porto nesta competição). Nas oitavas-de-final, o Porto eliminou o Manchester United, após vencer a ida em casa por 2×1 e empatar em um gol a volta. Nas quartas-de-final, após vencer por 2×0 a ida em casa e empatar em dois gols a volta, o Porto eliminou o Lyon e passou de fase. As semifinais reuniram quatro equipes: Chelsea, Monaco, Deportivo La Coruña e Porto, sendo que apenas o Porto tinha sido campeão até então da UEFA Champions League destas quatro equipes, e iria atrás do segundo título após eliminar o La Coruña na semifinal, vencendo a ida fora de casa por 1×0 e empatando sem gols em casa na volta. A final seria contra o Monaco, na Veltins-Arena, estádio do Schalke 04 e o Porto se sagrou campeão europeu após vencer o Monaco por 3×0 (o primeiro gol saiu dos pés de Carlos Alberto, aquele mesmo que jogou no Grêmio, Vasco da Gama, Fluminense, Figueirense e outros times brasileiros). Porém, mais uma vez, o Porto não se sagrou campeão da Supercopa da UEFA, afinal perderam a partida para o Valência por 2×1. Apesar disto, Vítor Baía fora eleito o melhor goleiro da Europa na temporada 2003/2004.
Na mesma temporada, o Porto iria se sagrar campeão da Liga Portuguesa mais uma vez, após vencer 25 partidas, empatar sete e perder somente duas, aonde Vítor Baía mais uma vez contribuiu para que o Porto tivesse a defesa menos vazada, sofrendo dezenove gols em 34 jogos. A Taça de Portugal bateu na trave, pois foram vice para o Benfica, que venceu por 2×1 com o segundo gol saindo na prorrogação. Na Supertaça, mais um título ao Porto, após vitória por 1×0 sobre o mesmo Benfica com gol de Quaresma. Ao final do ano de 2004, o Porto se sagraria campeão mundial após vencer o Once Caldas, mas Vítor Baía se lesionou ao final do primeiro tempo da prorrogação, sendo substituído por Nuno: o Porto se sagrou campeão mundial após vencer por 8×7 o Once Caldas nos pênaltis.
Na temporada 2005/2006, o Porto contratou Helton, que iria se preparar para substituir Vítor Baía no gol do Porto. Vítor Baía ainda se tornara campeão nacional em 2005/2006 e em 2006/2007, além de ter ganho mais uma Taça de Portugal em 2005/2006 e mais uma Supertaça Cândido de Oliveira, em 2006. Ao todo Vítor Baía tem 35 títulos conquistados na carreira, é o segundo maior jogador vencedor de sempre, perdendo apenas para o Ryan Giggs, que tem 36.
Apesar de ter feito muita fortuna jogando nos principais times do mundo e ganhando vários títulos, Vítor Baía conseguiu jogar o dinheiro no ralo e ir à falência, muito se diz que ao final da carreira ele fora iludido por um administrador de riquezas, investindo o dinheiro em negócios que não deram êxito, criando várias dívidas e o gestor levou grande parte da fortuna dele. Muito teve de ser vendido e perdido nesta “brincadeira” de Vítor Baía com o dinheiro.
Mas como já dito, dinheiro não compra história, nem respeito, apesar de qualquer coisa, Vítor Baía tem o respeito dos fãs do futebol, especialmente do Futebol Clube do Porto e sempre será lembrado e eternizado como um grande ídolo da torcida portista. E este foi mais uma edição do “Muralhas Lendárias” aqui no Goleiro de Aluguel! Espero que vocês tenham gostado e semana que vem o quadro volta abordando a carreira de mais um lendário goleiro. Até semana que vem!
GRANDES DEFESAS DE VÍTOR BAÍA
PORTO 1(4) X (3)1 BENFICA: TERCEIRO JOGO DA FINAL DA SUPERTAÇA CÂNDIDO DE OLIVEIRA DE 1991
PORTO 3 X 0 MONACO: FINAL DA UEFA CHAMPIONS LEAGUE 2003/2004
2 Comments
Em que ano se aposentou Vitor Baía pelo FC Porto
Ao fim da temporada 2006/07, depois passou a ter outras funções no clube e no futebol como um todo.